segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Inacreditável do que são feitas as crianças.

Seu segredo está na massa volúvel, de presente e naturalidade, que aceita várias formas,cresce, aglomera e se permite mudar. De prima matéria luxuriosa e nada mais que o próprio prazer. O prazer do nascer, do existir. É bom, não há passado nem futuro.

Todavia, como em todo para-sempre, chega um tempo em que a mistura se torna espessa demais e maleável de menos. Tão densa de adversidades falhas que é quase impossível tocar e penetrar-lhe com os dedos. Por quê? O coração fecha, as dores calejam e a massa esfria. Inflexível. E agora, como se fazer educar? Se nada mais o toca. O peso lhe incomoda e o faz se arrastar, só pra não parar. Tanta massa e pouca força. Me pergunte E agora?

E a resposta está ali. Sim, sempre esteve. Ali no agora.

A massa infantil, não renega o agora. Não se fecha e não esfria. Que mal tem a pequenez a toda hora?
É nela que me apoio. E com ela caio e levanto. É em minha pequenez que encontro meu primoroso flanco. E a verdade de que a vida é o que é. Muito e nada num bolo de pasta.

E da genuína compreensão é que deveras verá como é espantosa a polpa, e como ainda pode embeber, abrandar e deixar-se seduzir. Porosos, é o que somos. Endurecemo-nos, mas continuamos mutáveis...

.... e amando, chorando, rindo.

É aí que está seu o gozo, senhora. Acredita em mim agora?

Um comentário:

  1. Adorei seu novo blog Carol, e o texto está muito bom. Quero ver hein, você manter esse blog e continuar escrevendo coisas bonitas como essa para eu sempre ler. Gostei de verdade!!! Bjnhus.

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